Ser Lusitano...

“Torcedor luso é pura paixão, é loucura em verde e vermelho, é sangue luso brasileiro correndo pelas veias e irrigando o coração em formato da Cruz de Aviz.”

Antônio Quintal.

“Não nos importamos com títulos, isso é de uma pobreza de espírito monumental. Ganhamos jogos, corações. A vida é muito parecida com um jogo de futebol, não se é campeão todo dia.Por isso, a Portuguesa é o que de mais parecido com a vida existe no mundo do futebol. Pequenas alegrias, muitas tristezas. Torcer pela Portuguesa é aprender a viver.”

Flávio Gomes.

Durante essa semana, o Datafolha publicou uma nova pesquisa sobre as torcidas em todo o Brasil. Muita polêmica foi gerada em torno do tal empate técnico entre Corinthians e Flamengo, mas o que me chamou a atenção foi que a lógica voltou às pesquisas do Instituto Datafolha. Nas últimas pesquisas ao longo desta última década e até da década passada, a Portuguesa vinha sempre figurando uma boa posição no cenário nacional se formos levar em conta sermos, quase estritamente, um time de colônia. Nestes últimos anos a Lusa vinha registrando uma média de um pouco menos de 1 milhão de torcedores, em sua grande maioria no estado de São Paulo.

Acontece que no ano passado foi publicada uma pesquisa pelo mesmo Datafolha no estado de São Paulo na qual a Portuguesa não possuía nem 1% dos torcedores paulistas, chegaram até a afirmar que a Lusa tinha, ao todo, cerca de 30 mil torcedores apenas, o que é um absurdo. Na pesquisa desta semana, apesar de muitos contestarem os números de algumas equipes no topo do ranking, o que me chamou a atenção foi a volta da Portuguesa à sua marca próxima de 1 milhão de adeptos. Não quero aqui dizer que a pesquisa diz a verdade ou não, só digo que se formos traçar uma linha nos últimos anos, o número de lusitanos vem caindo, mas bem levemente, e mais, não houve nenhum genocídio como sugerido na pesquisa passada.

Segundo a pesquisa desta semana, a Portuguesa possui a 16ª maior torcida do Brasil, com cerca de 900 mil torcedores, ficando na frente de grandes torcidas como as de Atlético-PR, Coritiba, Ceará, Santa Cruz, Náutico e etc...Acho muito bom que isso seja visto, principalmente pela mídia, que muitas vezes excluem a Portuguesa de suas pautas e quando falam sobre ela é apenas para denegrir sua imagem. Com isso, mostramos que não somos uma “audiência” a ser jogada fora e que temos força.

Também fico muito feliz por ver que a torcida da Lusa ainda sobrevive em um grande número, mesmo depois de uma década terrível como esta de 2000-2010. Como escreveu o lusitano comentarista Antônio Quintal, “torcer pela Portuguesa não é coisa para um simples torcedor, torcer pela Portuguesa requer muito mais amor, mais paixão, mais fanatismo do qualquer outro clube.Torcer pela Lusa, é acreditar, é lutar até conseguir, é ir buscar a alegria com seu time”.

Os lusitanos são poucos pois são selecionados, não são todos que têm tal capacidade, ser torcedor da Portuguesa é uma dádiva, ou melhor, uma missão eterna destinada à bravos e incansáveis guerreiros.

“Quis saber quem sou, o que faço aqui, quem me abandonou, de quem me esqueci. Quis saber de nós. E olho ao redor e vejo um pequeno oceano em verde e vermelho que não via fazia muito tempo, e sorrisos, e sotaques, que chegam aos poucos, de todos os lados. Em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade. Rostos conhecidos, semblantes diferentes. De um lado meu pai, do outro meus filhos, três gerações que carregam desde sempre uma cruz no peito. Cruzados da bola, soldados que somos de causas jamais perdidas. É doce o sabor de ser campeão. Doce como um pastel de Belém, e se tu me disseres que não sei o sabor de um título de verdade, respondo-te que não conheces o sabor de um pastel de Belém, portanto estamos quites, e creio que carrego ligeira vantagem com meus pastéis.”

Flávio Gomes, Jornal Lance em 2007.

Por Luiz Nascimento.
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